A capela de Santo Amaro

Templo de planta retangular com os volumes justapostos dos anexos laterais, tendo o anexo sul presentemente a função de casa mortuária. O corpo da nave possui telhado de duas águas e galilé ou alpendre aberto à frente e apoiado em quatro colunas. A fachada principal encontra-se virada a oeste e o altar no lado nascente da nave. A reconstrução realizada em 1994 substituiu as vetustas colunas da galilé e ao picar-se a parede exterior na cabeceira leste surgiu sobre o reboco um arco de pedra assente sobre ombreiras que possui traços correspondentes no interior, por detrás do altar, sugerindo que inicialmente o templo era um pouco mais extenso e que para leste desse arco agora emparedado se poderia erguer uma outra divisão com o antigo altar-mor da capela ou a sua sacristia.
A origem do templo poderá remontar ao século XV ou XVI, justificando as palavras do pároco Manuel Romão que em 1758, em resposta ao inquérito pombalino, declarava que a Ermida «está próxima à Vila [e é] tão antiga como a mesma». A capela foi erguida junto ao caminho que ligava Alfeizerão à Pederneira e em sentido inverso, recebia por ali os romeiros da Nazaré que até tempos não muito longínquos, vinham às festas de Santo Amaro por o venerarem como protetor das gentes do mar (o Santo Amaro como Santo do Mar).
A tradicional feira e festa de Santo Amaro (chamada “Festa dos Pinhões”) envolve o dia do calendário litúrgico consagrado ao santo: dia 15 de Janeiro. Segundo o Dicionário Geográfico do padre Luís Cardoso (1747), a feira foi criada com «Provisão no ano de mil setecentos e sete, com a mercê de ser o terrado para aumento, e obras da Casa do Santo, de cuja Provisão pediu vista o Donatário, e cobra-se o terrado para o Mosteiro; dura três dias e não é franca».

Num ficheiro PDF em anexo, coligimos as principais notícias sobre a capela e a feira de Santo Amaro que recolhemos de corografias e livros de registos paroquiais.